Anarquismo no Enem: definição, características, pensadores e mais!

Anarquismo no Enem: definição, características, pensadores e mais!

O conhecimento sobre doutrinas políticas e sociais é a base da formação de um estudioso esclarecido. Por isso, o Enem e outros vestibulares cobram uma compreensão básica de assuntos como o capitalismo, o anarquismo, o socialismo, o comunismo, entre outros. 

Por essa razão, o Estratégia Vestibulares têm publicado diversos posts sobre esses temas. No artigo de hoje, acompanhe um resumo sobre a teoria anarquista, confira!

O anarquismo

Anarquismo é uma doutrina política e filosófica que traz ideologias, princípios e fundamentos . Ele surgiu por volta do século XIX em meio ao movimento operário e as revoltas que ocorriam nas fábricas da época – na atualidade, o anarquismo ainda se apresenta à sociedade de maneira relevante. 

Embora o termo “anarquismo” seja utilizado como sinônimo de “bagunça” ou “desordem”, é importante lembrar que essa é uma conotação negativa e deturpada do verdadeiro sentido da teoria. Na verdade, a etimologia da palavra “anarquismo” se refere à ausência de dominação e governo.

Além disso, note que o “anarcocapitalismo”, ideia muito recorrente na atualidade, não é um sinônimo de anarquismo – assim, os dois não devem ser confundidos.

Características do anarquismo

A principal ideia anarquista é a liberdade e o não autoritarismo – ele se volta contra as autoridades e hierarquias, principalmente as estatais. Por isso, grande parte dos anarquistas não se organizam como partidos políticos porque acreditam que esse tipo de organização representa uma forma de poder centralizador.

Por esse motivo, o anarquismo está compreendido entre as doutrinas anti estatais e defende associações livres gerenciadas com autonomia por pessoas da classe trabalhadora. 

Nesse sentido, as mudanças e decisões anarquistas devem ser tomadas por uma ação direta, ou seja, não haverá um intermediário para a resolução dos conflitos. Desse modo, cada indivíduo é autônomo em representar seus ideais por meio da autogestão.

O conceito de autogestão não está centrado no indivíduo, mas na representatividade política dissociada dos grandes grupos econômicos – é, por exemplo, uma separação entre interesses pessoais das elites e o exercício político. 

Por sua vez, o classismo é o princípio anarquista que defende os direitos da classe trabalhadora, então não está totalmente desligada das divisões sociais.

Perceba que, embora seja uma corrente do socialismo, é uma renovação do modelo socialista e não segue as ideias de Karl Marx. Assim, é comum que sejam separados pelos termos “socialismo antiautoritário” (anarquismo) e “socialismo autoritário de Marx” (marxismo).

A intenção da doutrina anarquista é a formação de uma sociedade horizontal, sem maiores ou menores (hierarquização) ou governos e governados (dominação). Por essa razão, percebe-se uma forte intenção em destruir o capitalismo e o Estado.

Origens do anarquismo

A origem do anarquismo está relacionada com a industrialização e precarização do trabalho que ocorreu por volta do século XIX. Diante das opressões sociais, os indivíduos passaram a notar o poder de suas ações sobre a organização social – ideia ainda mais desenvolvida com o surgimento do socialismo.

Fato é que a teoria anarquista se opõe à dominação capitalista e a todo seu regime de concentração de rendas, desigualdades, explorações e demais mazelas sociais. 

Principais pensadores anarquistas

Os mais conhecidos pensadores anarquistas são Pierre-Joseph Proudhon e Mikhail Bakunin:

Considerado o pai do anarquismo, Proudhon era contrário à propriedade privada e ao capitalismo, considerava a dominação estatal uma forma de controle e supressão da liberdade e autonomia dos indivíduos.

Mikhail Bakunin é considerado um pensador anarquista revolucionário, para ele, a transformação social ocorreria por meio de ações terroristas, radicais e violentas. O governo correto seria aquele que não apresentasse lideranças políticas e com autogestão.

Influências do anarquismo no Brasil

A doutrina anarquista chegou ao Brasil, no fim do século XIX, a partir de imigrações européias (principalmente italiana) e livros sobre a teoria. 

Nesse período, surgiu uma colônia de autogestão no Sul do Brasil, a Colônia Cecília. Embora esse foi o movimento de maior alarde popular, outras revoltas, piquetes e protestos aconteceram e causaram uma instabilidade e medo nos governantes brasileiros.

Inclusive, as grandes greves em São Paulo e Rio de Janeiro apresentam grande viés anarquista, como crítica ao modelo socioeconômico e político vigente naquele momento. 

Por essas razões, foi implantada uma lei que expulsaria todos os imigrantes que estivessem perturbando a ordem social brasileira. Além disso, as organizações sindicais foram suprimidas nas fábricas nacionais – era o medo da revolução radical proposta pelo pensamento anarquista.

Questões resolvidas

(FM Petrópolis RJ/2014) […] o traço mais evidente [dos cem anos entre 1814 e 1914] é a frequência de choques revolucionários. Esse século, por direito, pode ser chamado o século das revoluções […]. Contudo, todos esses movimentos revolucionários não se reduzem — talvez nenhum se reduza de modo total — a sequelas da Revolução de 1789. À medida que o século se aproxima do fim, outras características se afirmam, passando pouco a pouco à frente da herança da Revolução Francesa.

RÉMOND, René. O século XIX: 1815-1914. São Paulo: Cultrix, 1974. p. 13. Adaptado.

De acordo com o texto, novas caraterísticas da realidade histórica europeia entre 1814 e 1914 resultaram num “novo tipo de revolução”.

Uma ideologia política que inspirou tais movimentos revolucionários e difundiu-se com intensidade inédita nessa nova conjuntura foi o

a) guevarismo
b) dadaísmo
c) getulismo
d) anarquismo
e) absolutismo

Conforme o texto aborda o tema das revoluções, é importante ter um breve conhecimento sobre as ideologias apresentadas nas alternativas:

  • Guevarismo: ideia baseada no marxismo de Che Guevara que surgiu no século XX, ou seja, não pode estar relacionada às revoluções do século XIX;
  • Dadaísmo: corrente artística do século XX que pregava a arte com objetos inusitados, o que inovou o fazer artístico.  Também não se encaixa com as revoluções do século XIX que o texto cita;
  • Getulismo: ideologia política voltada para o nacionalismo e conservadorismo que é conhecida por sua devoção ao presidente brasileiro Getúlio Vargas – também não apresenta características que envolvam as revoluções de XIX;
  • Absolutismo: por fim, o modelo absolutista teve seu auge na Europa e não se relaciona com ideais revolucionários.

Dessa forma, conforme as características dos “choques revolucionários” é possível inferir uma forte influência do anarquismo e seus ideais contra o Estado, a dominação e a hierarquia. Então, a alternativa correta é a letra D.

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